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quarta-feira, 2 de março de 2011

A História da Beleza: Curiosidades

A História da Beleza: Curiosidades


Assim como na moda, no mundo da beleza, tudo é mutável. Homens e mulheres entraram e saíram dos ciclos mais inusitados em busca de um padrão estético ideal, muitas vezes lançando mão de recursos pra lá de bizarros aos nossos olhos hoje. Se você não acredita, basta ler 'História da maquiagem, da cosmética e do penteado - Em busca da perfeição', de Ana Carlota Vita (Editora Anhembi Morumbi). A escritora faz um levantamento histórico sobre os conceitos de beleza em diferentes épocas e castas sociais, desde a pré-história até os dias atuais.

A obra revela como surgiram as maquiagens, quais eram os primeiros objetivos desta prática, os cuidados com os cabelos e como os penteados foram mudando sua forma, volume e cor de acordo com os costumes de cada período histórico. 

UOL Estilo selecionou algumas curiosidades sobre o universo da beleza reunidas no livro:

1. Pêlo sim, pêlo não: 
Na antiguidade, os Sumérios - homens e mulheres - tinham como hábito usar uma sobrancelha que se unia no centro da testa, formando um arco perfeito unido no topo do nariz, enfatizado pelo kohl (o precursor do lápis de olhos). Na Idade Média, o padrão de beleza feminino pedia sobrancelhas raspadas. As mulheres no Renascimento também eliminaram as sobrancelhas, mas, apenas para poder desenha-las bem arqueadas e altas. 

2. Perucas X pão: 
No Egito antigo, o medo de piolhos e outras pragas fazia homens e mulheres rasparem os cabelos. O uso de perucas era comum na corte do faraó. Elas eram confeccionadas com os cabelos dos escravos ou do povo em geral, que ofertava, em troca de dinheiro, parte de sua cabeleira. Já no século 18, o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta difundiram entre os nobres o uso de perucas que chegavam a ter 80 centímetros de altura, empoadas com farinha de trigo. O exagero estético foi tão grande que causou um problema de abastecimento, tornando o pão ainda mais escasso para o povo francês.

3. Cabelos tingidos com urina: 
Enquanto hoje em dia qualquer mulher pode trocar a cor do seu cabelo facilmente em casa, na Grécia antiga o processo era um pouco mais complicado. Os cabelos loiros eram valorizados, e para tornar-se mais insinuante, a mulher grega recorria ao tingimento com água de lixívia. A técnica consistia em mergulhar as cinzas do fogo em um pote com água fria e deixá-las descansar ali por algumas horas; então coava-se essa água, que se transformava em um líquido descolorante impregnado de sais alcalinos, resultado da madeira queimada. No renascimento os loiros e ruivos estavam no auge da moda. Uma receita popular era misturar pedra-ume, enxofre, soda e ruibarbo - um vegetal cuja raiz apresenta tonalidades que vão do vermelho, passando pelo amarelo-dourado e o esverdeado -, formando uma pasta que emplastrava os cabelos por mais de uma hora, oferecendo como resultado uma cabeleira da cor desejada. Durante o reinado de Elizabeth, os cabelos ruivos foram a tendência, e, por isso, as aristocratas apelavam para misturas que levavam urina a fim de deixar os fios bem vermelhos; outras ficavam horas ao sol com os cabelos embebidos em uma infusão de cascas de cebola, chá de camomila e raiz de ruibarbo bem forte.

4. Lavagem três vezes ao ano: 
Na Idade Média os cabelos femininos viviam presos dentro de toucados. O ato de banhar-se não era bem visto, e a freqüência da lavagem da cabeça se limitava a três vezes por ano. Havia uma superstição de que a cabeça molhada levava a doenças graves. Secar era outro problema, porque as mulheres não podiam sair ao ar livre com os cabelos descobertos. Assim, os pentes para despiolhar faziam parte do cotidiano dos medievais.

5. Tratamentos de aterrorizar: 
Bochechas rosadas tinham conotação de vulgaridade na Idade Média, atribuído às aldeãs. As verdadeiras donzelas costumavam usar sanguessugas, que tiravam o excesso de sangue do rosto, deixando-as muito pálidas como era a moda na época. Outra receita de beleza recomendada neste período era friccionar na pele esterco de vaca temperado com vinho, e passar um tempo em uma estufa (tina de banho cheia de água, com fogo embaixo, mantido com galhos de sabugueiro), para que a transpiração fosse abundante. Um banho finalizava o tratamento, que deveria ser seguido de repouso.

6. Cor de pele: 
Durante um longo período da história, a pele alva como mármore foi tida como o padrão de beleza de diferentes povos. Apenas em 1906, a marca Shiseido lançou no mercado japonês duas versões de pó-de-arroz que quebraram a tradição dos pós brancos. Eram dois tons que deixavam a pele mais bege: Kaede e Hana. 

7. Beleza no Brasil: 
Na década de 20 não havia fartura de opções para as brasileiras. A maquiagem, que geralmente se limitava a pó-de-arroz, ruge e batom, geralmente vinha de fora. Aqui se fabricavam sabonetes como o Eucalol e o Sabonete Lever, que fora do Brasil chamava-se Lux. Foi em 1929 que surgiu o genuinamente brasileiro Leite de Rosas, criado pela empresa sergipana LR, comercializado até hoje. Multiuso, limpava e tonificava a pele, além de tratar espinhas, cravos e sardas. Também servia como loção de barba e desodorante, por isso, muitos homens acabavam utilizando um pouco do produto de suas esposas ou irmãs. 

8. Pancake na telona: 
O sucesso do filme 'E o vento levou...' teve participação de Max Factor, criador da marca de mesmo nome. Em 1939, para cobrir o rosto da atriz Vivian Leigh, cuja pele apresentava uma porção de imperfeições, que as lentes não disfarçavam, Max usou uma de suas maiores invenções, o pancake, que já havia sido testado e aprovado em filmes menores. A partir daí, todas as atrizes apresentaram uma pele de pêssego graças à cobertura cremosa dessa base compacta.

9. Cabelo nas engrenagens: 
Os cabelos loiros, longos, divididos na lateral, cobrindo quase a metade do rosto da atriz Veronica Lake foram febre entre as jovens nos anos 40. O problema surgiu quando funcionárias de fábricas adotaram a tendência: quando baixavam a cabeça, ficavam com os cabelos presos nas engrenagens das máquinas - algumas delas tiveram graves acidentes. Como resultado, o penteado foi proibido dentro das fábricas e o uso de redes no cabelo passou a ser obrigatório. Com o passar do tempo, na pressa de ir para casa, muitas moças esqueciam de tirar a rede - e o acessório acabou virando moda. 

10. De Beatles a Twiggy: 
Vidal Sasson foi um dos cabeleireiros mais famosos da década de 60. Em seu salão em Londres, além de ter criado o penteado dos Beatles, de Mary Quant e de Twiggy, era o preferido de astros como David Bailey e Catherine Deneuve. Foi ele quem criou o penteado de Mia Farrow no filme 'O Bebê de Rosemary'. Atualmente ele mora na Califórnia, com 80 anos de idade e milionário graças aos seus cortes assimétricos que se tornaram referência mundial. 

11. Cada pele, um produto: 
Embora pareça óbvio nos dias de hoje a busca por produtos adequados ao tipo de pele, foi apenas em 1968 que surgiu uma marca que levava em consideração essas necessidades particulares. A Clinique, um braço da companhia americana Estée Lauder, trazia cosméticos para a pele baseados em três princípios: limpeza, tonificação e hidratação. 

12. Cosméticos verdes: 
A primeira loja com preocupação ecológica e que defendia animais contra testes de laboratório foi a Body Shop, inaugurada em Londres em 1976. Todos os produtos de beleza da marca eram naturais, não testados em animais, com embalagens recicláveis. Sua fundadora, Anita Roddick, que faleceu no ano passado, provocou polêmica ao fabricar uma linha com cremes, óleos e batons contendo como matéria-prima o cânhamo, um parente próximo da Cannabis sativa, da qual se extrai a maconha, e utilizando como símbolo dos produtos esta planta. Hoje a empresa faz parte do grupo francês L'Oréal.

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