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terça-feira, 29 de março de 2011

Revolução da alma.


Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. 
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida, quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. 
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você.
Não coloque o objetivo longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. 
Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares,busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor.
Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo que está "pronto para ser feliz.Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. 
Pare de esperar a felicidade sem esforços. 
Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.




Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto "Revolução da Alma no ano 360 a.C., e é eterno.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Outro tipo de mulher nua...


Outro tipo de mulher nua...

Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mulher nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?
Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.
Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... Emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
É erótico uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos.
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.
Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em que sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.
Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que se esperava com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo.
- pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.
Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.
Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor.

Por Martha Medeiros.

NUNCA SE JUSTIFIQUE PARA NINGUÉM...







A FORÇA DOS PÉS...





Touro reprodutor.





Um caboclo tinha um touro que era o melhor da região.
O touro era seu único patrimônio.
Os fazendeiros descobriram que o tal touro era o melhor animal reprodutor e começaram a alugar o bicho para cobrir suas vacas.
Era só colocar uma vaca perto dele e o touro não perdoava!!!
O caboclo ganhando muuuuiiiiito dinheiro!!!
Os fazendeiros se reuniram e decidiram comprar o touro.
Chegaram na casa do caboclo e falaram:
-Põe preço no seu bicho que vamos comprá-lo.
O caboclo, aproveitando da situação, pediu um preço absurdo.
Os fazendeiros não aceitaram a proposta e foram se queixar com o prefeito da cidade.
Este, sensibilizado com o problema, comprou o animal com o dinheiro da Prefeitura, pagando uma fortuna, e o registrou como patrimônio da cidade .
Fizeram uma festa imensa na cidade...
Os fazendeiros trouxeram suas vacas para o touro cobrir, tudo de graça!!!
Veio a primeira vaca, o touro deu uma cheirada e nada...
- Deve ser culpa da vaca - disse um fazendeiro.
Ela é muito magra!
Trouxeram outra vaca, uma holandesa, a mais bonita da região.
O touro cheirou a vaca e... nada!!!
O Prefeito, desesperado, chamou o caboclo e lhe perguntou o que estava acontecendo.
- Não sei... - disse o caboclo - Ele nunca fez isso antes! -
Deixa eu vou conversar com o touro.
E o caboclo, aproximando-se do bicho, perguntou:
- O que há com você? Não tá mais a fim de trabalhar?
E o touro, dando uma espreguiçada , respondeu:

- Não enche...
Agora sou funcionário público!!!

NAMASTÊ!

Saiba o que fazer com os medicamentos vencidos


 
Remédios vencidos ou descartados em lugares impróprios podem causar sérios danos à saúde e ao meio ambiente.

Um estudo da Universidade São Judas mostra que 98% da população descarta medicamentos de forma incorreta. Segundo a farmacêutica Tânia Carmem Govato, autora da pesquisa, quando uma pessoa joga o remédio no lixo comum, ela estimula intoxicação de crianças, cachorros e outros animais.

E se a pessoa jogar na pia da cozinha ou no vaso sanitário, Tânia afirma que essa prática contamina a água, já que o tratamento da água não consegue eliminar todos os resíduos sólidos.

- Imagina jogar for um comprimido, um xarope, isso não vai fazer mal. Agora imagina todo mundo fazendo isso? Imagina o prejuízo para o ecossistema.

De acordo com a especialista, o correto é levar os remédios para um posto de coleta, que pode ser em uma unidade de saúde. Algumas farmácias e supermercados também recolhem esses produtos.

Depois de recolhidos, os remédios passam por uma triagem e, em seguida, são incinerados.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Thiago em: Smoke on the water!!

Comentários são bem vindos!

Thiago completando 14 anos dia 28/3/2011!!! UHUUU!!

Edifícios culturais


Cidade da Música, Rio de Janeiro, Christian de Portzamparc
Cidade da Música, Rio de Janeiro, Christian de Portzamparc
Participação estrangeira marca presença na década
A atuação de arquitetos estrangeiros no Brasil apimentou o debate no setor. Nos extremos da aceitação e rejeição pela opinião pública figuraram, respectivamente, o projeto de Álvaro Siza para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, e o de Christian de Portzamparc para a Cidade da Música, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Mas a lista é recheada por nomes como Jean Nouvel, com o abortado projeto para uma filial do Museu Guggenheim no píer Mauá; a dupla Herzog & De Meuron, contratada pelo governo paulista para a ainda incerta implantação de um teatro e escola de dança no centro de São Paulo; e o estúdio nova-iorquino Diller Scofidio + Renfro, recepcionado amistosamente desde que venceu em 2009 o concurso fechado para a nova sede do Museu da Imagem e do Som/RJ, em Copacabana.
Nesse quadro, destaca-se a obra-prima que Siza implantou às margens do rio Guaíba, uma construção monolítica de concreto branco, minuciosamente detalhada pelo arquiteto português. O edifício abriga, em 8 mil metros quadrados de área, quase 60% das 7 mil obras de arte concebidas pelo expressionista Iberê Camargo.
Auditório Ibirapuera, São Paulo, Oscar Niemeyer
Auditório Ibirapuera, São Paulo, Oscar Niemeyer
Museu da Memória e dos Direitos Humanos, Santiago, Estúdio América
Museu da Memória e dos Direitos Humanos, Santiago, Estúdio América
Teatro Municipal, Mauá, SP, Rafael Perrone
Teatro Municipal, Mauá, SP, Rafael Perrone
Via de regra, empreendimentos culturais são viabilizados pela cessão de terrenos públicos, ora financiados integralmente com recursos do contribuinte (a Cidade da Música já demandou mais de 450 milhões de reais da prefeitura carioca), ora bancados parcialmente pelo setor privado através das chamadas parcerias público-privadas - e aí entram em ação leis de fomento e de incentivos fiscais.
A construção, formação, organização e manutenção de museus e bibliotecas podem se beneficiar dos recursos angariados com a Lei Federal de Incentivo à Cultura (que leva o número 8.313/91 e é conhecida como Lei Rouanet), que permite a destinação de percentuais do Imposto de Renda devido a ações culturais (até 6% para pessoas físicas e 4% para jurídicas).
Ela integra as políticas de fomento público do Ministério da Cultura, cuja receita orçamentária teve aumento de cerca de 100% desde meados da década (de 691 milhões de reais em 2006 para 1,3 bilhão em 2010, segundo o Siafi/Siga Brasil). Dos 40 milhões de reais utilizados na construção da sede da Fundação Iberê Camargo, por exemplo, cerca de 40% resultam de patrocínio direto e os restantes 60% vieram pela Lei Rouanet.
Biblioteca da PUC, Campinas, SP, Piratininga
Biblioteca da PUC, Campinas, SP, Piratininga
Centro Digital do Ensino Fundamental, São Caetano do Sul, SP, José Augusto Aly
Centro Digital do Ensino Fundamental, São Caetano do Sul, SP, José Augusto Aly
Juntem-se aos ingredientes listados acima o bom desempenho do país na crise financeira mundial de 2008, o boom imobiliário do final da década e, sobretudo, a escolha como sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, e o que se tem é que a prospecção de trabalho no Brasil por arquitetos estrangeiros tornou-se quase trivial.
Na contramão do desembarque de arquitetos estrangeiros, o paulista Estúdio América venceu o concurso internacional para a implantação, no Chile, do Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Pouco mais de dois anos decorreram entre a premiação e a inauguração do edifício, cujo partido impactante e minimalista fez pousar uma extensa barra metálica sobre a praça aberta do térreo.
Apesar da imagem austera, o museu está em sintonia com o conceito contemporâneo, em que o entretenimento e a natureza imaterial do acervo - sons e imagens projetados pelo espaço - são diretrizes essenciais da arquitetura.
De modo análogo à edificação chilena, o Centro Digital do Ensino Fundamental de São Caetano do Sul, desenhado por José Augusto Aly, é uma construção pavilhonar que pretendeu incrementar os fluxos e apropriações públicas da praça aberta em que se insere, lindeira a uma movimentada via no município da região do ABC paulista.
O simbolismo cívico é uma das marcas do projeto, pontuado por formas geométricas e cores intensas, assim como ocorre com os desenhos de Rafael Perrone e da dupla Marília Sant´Anna de Almeida e José Magalhães Júnior, respectivamente para os teatros municipais das cidades paulistas de Mauá e São Sebastião.
Habituado a atuar em linha direta com o poder público, Oscar Niemeyer continuou emplacando escultóricos museus, centros culturais e teatros públicos, em Goiânia, Curitiba, Brasília, Duque de Caxias, RJ e Niterói, RJ, nesta com teatro e outros edifícios da série chamada Caminho Niemeyer.
Se muitos deles estão fechados e sem programação à altura, o mesmo não se pode dizer de um antigo projeto de sua autoria enfim concretizado: o Auditório Ibirapuera, edifício que faz par com a Oca no coroamento da praça idealizada pelo arquiteto nos anos 1950 como acesso principal do parque paulista.
Centro da Cultura Judaica, São Paulo, Roberto Loeb
Centro da Cultura Judaica, São Paulo, Roberto Loeb
Galeria Adriana Varejão, Brumadinho, MG, Rodrigo Cerviño Lopez
Galeria Adriana Varejão, Brumadinho, MG, Rodrigo Cerviño Lopez
Centro Educativo Burle Marx, Brumadinho, MG, Paula Zasnicoff e Alexandre Brasil
Centro Educativo Burle Marx, Brumadinho, MG, Paula Zasnicoff e Alexandre Brasil
Memorial da Imigração Japonesa no Brasil, Belo Horizonte, Gustavo Penna e Mariza Machado Coelho
Memorial da Imigração Japonesa no Brasil, Belo Horizonte, Gustavo Penna e Mariza Machado Coelho
Com a retomada do projeto, Niemeyer se envolveu na polêmica sobre a demolição de parte da marquise lindeira às construções. Na queda de braço com o Conpresp (órgão municipal de preservação do patrimônio), o arquiteto preferiu concordar com a manutenção integral da sinuosa cobertura de concreto.
Roberto Loeb firmou a linguagem ao mesmo tempo robusta e tecnológica de sua arquitetura enfrentando uma delicada situação urbana. Criou o Centro da Cultura Judaica, em São Paulo, cujo terreno de topografia irregular tem privilegiada vista panorâmica da cidade. O caráter icônico do projeto motivou a comunidade, que, agraciada pela cessão do lote público, angariou doações e viabilizou a construção do edifício.
No campo privado, algumas instituições de ensino, como a PUC/Campinas e o Colégio Santa Cruz, em São Paulo, colocaram em prática as diretrizes de seus planos diretores e incrementaram seus campi através da construção de edifícios. No primeiro caso, os profissionais do Piratininga Arquitetos são os autores da biblioteca central e do ambulatório de fisioterapia, ordenados entre si em forma de praça; no segundo, o teatro concebido por Edson Elito marcou a comemoração do cinquentenário da escola.
No Instituto Butantan, a pequena escala e a verba escassa foram os condicionantes do projeto de Marcio Kogan para o belo Museu de Microbiologia, cuja volumetria pura se desenvolve através de peles treliçadas que recobrem e complementam os limites da edificação existente. O traço racional da arquitetura é também o mote do projeto de Rodrigo Cerviño Lopez para a Galeria Adriana Varejão, localizada no Centro de Arte Contemporânea de Inhotim, em Brumadinho, MG. O complexo paisagístico - em parte concebido por Burle Marx - e museográfico mineiro, do qual faz parte ainda o Centro Educativo Burle Marx, de Paula Zasnicoff e Alexandre Brasil, é uma das boas surpresas da década.
Ele mescla o turismo ecológico ao cultural, descentralizando o circuito das artes. Ainda em Minas Gerais, Gustavo Penna e Mariza Machado Coelho assinaram o projeto do Memorial da Imigração Japonesa no Brasil, em Belo Horizonte. Também destaque da década, no sentido de gestão cultural, é a Feira Literária de Paraty, RJ, montada anualmente segundo projeto de tendas desenhado por Mauro Munhoz. Outros espaços culturais que se destacaram nos anos 2000 foram agrupados nesta edição na categoria reciclagem.
Teatro Municipal, São Sebastião, SP, Marília Sant´Anna de Almeida e José Magalhães Júnior
Teatro Municipal, São Sebastião, SP, Marília Sant´Anna de Almeida e José Magalhães Júnior
Teatro do Colégio Santa Cruz, São Paulo, Edson Elito
Teatro do Colégio Santa Cruz, São Paulo, Edson Elito
Museu de Microbiologia, São Paulo, Marcio Kogan
Museu de Microbiologia, São Paulo, Marcio Kogan

Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro

Identidade carioca terá novo templo em Copacabana
Com inauguração prevista para o segundo semestre de 2012, a nova sede do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS/RJ) tem a missão de se tornar o templo da identidade carioca e um ponto de encontro para a população e para turistas brasileiros e estrangeiros.
Implantado na avenida Atlântica, em Copacabana, o prédio substituirá as instalações do museu aberto em 1965, que atualmente funciona em dois endereços, na praça 15, região central da cidade, e na Lapa. Ele ainda abrigará o Museu Carmen Miranda, hoje localizado no bairro do Flamengo.
A nova sede do MIS/RJ - uma iniciativa do governo do estado do Rio e da Fundação Roberto Marinho - teve concepção arquitetônica escolhida em concurso internacional vencido por Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, titulares do estúdio Diller Scofidio + Renfro, de Nova York.
O desenvolvimento do projeto está a cargo do escritório brasileiro Índio da Costa Arquitetura, Urbanismo, Design e Transporte. Os arquitetos norte-americanos propuseram o museu na forma de um bulevar vertical com sete pavimentos, percurso contínuo externo e volumetria que corresponde ao traçado de rampas e patamares sequenciais.
Para explicar a ideia que serviu de inspiração à fachada, os autores usam a imagem do calçadão de Copacabana dobrado e transformado em elemento vertical. Mas certamente esta não é a única referência do projeto, que apresenta conceito e linguagem semelhantes à proposta que Diller Scofidio + Renfro desenvolveu em 2001 para o Museu de Arte e Tecnologia de Nova York, que não chegou a ser implantada.
Primeiro museu audiovisual brasileiro, o MIS/RJ conduzirá o visitante num passeio pela rica história cultural da cidade, conhecida pela criatividade de suas manifestações artísticas e pela diversidade de ritmos musicais. A divisão interna prevê três grandes eixos, a começar pela Galeria de Exposições, uma espécie de vitrine do acervo.
A seguir virão a Fábrica da Memória, que transformará a produção memorialista em produto cultural, e o Centro de Documentação, espaço destinado ao público pesquisador. Além de salas de exposições permanentes e temporárias, o programa inclui sala para teatro e cinema com 300 lugares, loja, café, restaurante panorâmico, terraço, piano-bar e mirante no topo do edifício.
O acervo da instituição inclui 22 coleções particulares, doadas ou adquiridas, que reúnem itens como fotos, cartazes, discos, filmes e textos. O MIS/RJ também produz parte de seu acervo a partir da gravação em áudio e vídeo de depoimentos dados por personalidades ligadas à cultura. São cerca de mil depoimentos e aproximadamente 4 mil horas de gravação, disponíveis para consulta.
A curadoria MIS/RJ ficou a cargo do jornalista Hugo Sukman. Para apresentar aos frequentadores o acervo da instituição, ele dividiu o museu em temas como humor, música, natureza, noite carioca e modo de vida, no qual será inserido o acervo de Carmen Miranda. Moderna e atraente, capaz de interagir com diversos públicos, a museografia é assinado por Daniela Thomas e Felipe Tassara.

Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011

Casas Brasileiras...

Casa Grelha, serra da Mantiqueira, SP, FGMF
Casa Grelha, serra da Mantiqueira, SP, FGMF
Em formas contidas ou arrojadas, casa brasileira ainda é laboratório
Em contraponto ao déficit habitacional brasileiro, que lentamente começa a diminuir graças a programas como o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, a residência unifamiliar ainda é um ícone de consumo. Nesse campo arado para a materialização de sonhos individuais, a arquitetura contemporânea também tem sua vez, exprimindo, entre outras coisas, a atualidade e o requinte estilístico de seus proprietários.
Por isso, mesmo que o contexto brasileiro seja repleto de castelos e choupanas, a casa continua a ser o grande laboratório da nossa arquitetura, com resultados, em média, mais significativos do que os de outros programas. A falta de segurança levou grande parte das casas construídas na década passada aos terrenos em condomínios fechados, que dividem as periferias das grandes cidades com as áreas pobres.
São poucas as residências em lotes urbanos - tal como a casa no Morumbi, São Paulo, desenhada por Brasil Arquitetura. Marcada por uma laje curva de concreto aparente e treliças de madeira, a construção integra a trajetória do escritório, que desenvolve projetos em que a apropriação de elementos regionais se associa a pormenores caros à linguagem da arquitetura brasileira. Na década, o estúdio criou ainda as casas em Cotia e na Finlândia, ambas com grandes telhados com inclinações no sentido maior dos volumes, em uma solução que remete a Alvar Aalto.
Casa no Morumbi, São Paulo, Brasil Arquitetura
Casa no Morumbi, São Paulo, Brasil Arquitetura
Casa em São Paulo, Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen
Casa em São Paulo, Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen
Casa em Camanducaia, MG, Marcos Acayaba
Casa em Camanducaia, MG, Marcos Acayaba
Ainda na área urbana, podemos elencar uma série de projetos de Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen, como a residência próxima do parque Ibirapuera, em São Paulo.
Notabilizados pelo desenho de casas enormes, dentro e fora das cidades, os autores respondem a uma clientela sofisticada com propostas apuradas no uso dos materiais e, de certa forma, conectadas à história da arquitetura brasileira.
Com demanda semelhante, mas em outra vertente, estão as casas desenhadas por Isay Weinfeld e Marcio Kogan, independentemente. Weinfeld, por exemplo, é autor de uma residência na zona oeste de São Paulo que se destaca pela justaposição de materiais e volumes, com destaque para o ambiente interno.
Kogan criou dezenas de trabalhos interessantes no período, com destaque para a casa em Paraty, RJ, com dois volumes de concreto que parecem flutuar sobre a mata atlântica, à beira da praia.
Grande parte da manifestação arquitetônica do período se desenvolve fora do ambiente urbano. São casas de final de semana, na praia, campo ou montanha. Entre as residências em meio rural, destaca- se o anexo de uma fazenda em Barra de São João, RJ, de Pedro Backheuser.
Implantada em Camanducaia, na zona montanhosa entre São Paulo e Minas Gerais, a casa desenhada por Marcos Acayaba revela extrema sensibilidade, ao utilizar pedras locais e tijolos a fim de movimentar o menor volume de terra possível.
Casa em Aldeia da Serra, Barueri, SP, Estúdio 6
Casa em Aldeia da Serra, Barueri, SP, Estúdio 6
Casa em Itu, SP, Mauro Munhoz
Casa em Itu, SP, Mauro Munhoz
Casa em Paraty, RJ, Marcio Kogan
Casa em Paraty, RJ, Marcio Kogan
Ainda em região montanhosa, a Casa Grelha, na serra da Cantareira, adota uma grelha para acomodar-se à topografia. O projeto é do escritório FGMF. Também recorre aos volumes fragmentados cobertos por grelha de madeira a casa em Brotas, SP, de Andrade Morettin.
O uso da estrutura de madeira como elemento definidor esteve em menor evidência que nos anos 1990. Contudo, além dos exemplos citados, encontram-se as propostas de Mauro Munhoz e dos irmãos Nitsche.
Enquanto o primeiro desenvolveu projetos em Itu, SP, e Gonçalves, MG, Lua e Pedro criaram casas na praia, como as de São Sebastião. À parte o emprego da madeira, revela-se outro elemento comum aos quatro trabalhos: os volumes pavilhonares.
Trata-se de uma tendência da arquitetura residencial brasileira, não importa o material, a cobertura ou a estrutura utilizada: pode ser de concreto, como a casa em São Luiz do Paraitinga, SP, de Cláudio Libeskind e Sandra Llovet; ou de concreto e aço, fragmentada e com vazios, como a de Avaré, SP, de Andrade Morettin.
Há ainda pavilhões de pedra, como as residências em Nova Friburgo, RJ, de Carla Juaçaba, e em Joanópolis, SP, do Una Arquitetos. Derivada dos pavilhões, a casa em monobloco é tendência que também independe de materiais ou tipo de estrutura.
Nesse contexto estão a residência em Curitiba, também do Una; a casa no bairro paulistano do Butantã, de Eduardo de Almeida; a morada em Aldeia da Serra, SP, do Estúdio 6; a casa no morro do Querosene, São Paulo, de Álvaro Puntoni e equipe; ou ainda aquela em Nova Lima, MG, de Gustavo Penna.
Em todos esses trabalhos, destaca-se a maneira como os autores recortam e criam vazios, injetando interesse nos volumes puros propostos.
Na década passada, uma série de autores arriscou a associação de estruturas de concreto e aço. Encaixam-se aqui propostas de Andrade Morettin, como as casas em São Roque, SP, e no bairro do Jardim Europa, na capital paulista.
Casa no morro do Querosene, São Paulo, Álvaro Puntoni
Casa no morro do Querosene, São Paulo, Álvaro Puntoni
Casa no Guarujá, SP, Lua e Pedro Nitsche
Casa no Guarujá, SP, Lua e Pedro Nitsche
Casa no Jardim Europa, São Paulo, Andrade Morettin
Casa no Jardim Europa, São Paulo, Andrade Morettin
Casa em Nova Lima, MG, Gustavo Penna
Casa em Nova Lima, MG, Gustavo Penna
Na mesma linha caminham o projeto no Guarujá, litoral paulista, assinado pelos irmãos Nitsche, e diversas casas desenhadas por André Vainer e Guilherme Paoliello, como a do Alto da Lapa, em São Paulo, fragmentada em dois blocos interligados por um passadiço.
A divisão em volumes também é o mote da residência em Itu, SP, de Reinach Mendonça, e da casa na praia de Guaecá, São Sebastião, SP, de Biselli e Katchborian - nesta, no entanto, a composição é justaposta.
A ousadia formal, contudo, diante dos pavilhões e volumes monolíticos, não é muito comum nas casas brasileiras. No entanto, projetos como a Casa Fatia, em Porto Alegre, de Fernando Rihl e Christopher Procter, trazem novidades para o caldo arquitetônico brasileiro.
Também mostram interessante solução volumétrica a casa em Araçoiaba da Serra, SP, na qual Renata Furlanetto e Flávia Cancian lançam mão de uma fita contínua para definir o partido; a residência em Nova Lima, de Fernando Maculan e Pedro Morais; e a casa em São Pedro, SP, de Eduardo de Oliveira Rosa.
A pesquisa formal desses autores tem em comum certo distanciamento de uma tendência arquitetônica forte, que dá continuidade à expressão da escola paulista de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.
Entre os que desta se aproximam está o escritório MMBB, autor, entre outras, da casa na Vila Romana, em São Paulo, e co-autor de projetos com Angelo Bucci, como as residências em Ribeirão Preto, interior paulista, e Aldeia da Serra, em Barueri, SP.
Bucci, aliás, pode ser apontado como o autor de alguns dos projetos mais significativos do período, como as casas em Ubatuba, SP, e Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Junto com Álvaro Puntoni, ele projetou também a residência em Carapicuíba, SP, escolhida o projeto residencial mais expressivo da década passada.
Casa na Vila Romana, São Paulo, MMBB
Casa na Vila Romana, São Paulo, MMBB
Casa em São Sebastião, SP, Biselli e Katchborian
Casa em São Pedro, SP, Eduardo de Oliveira Rosa
Casa em São Pedro, SP, Eduardo de Oliveira Rosa
Casa em Araçoiaba da Serra, SP,
Casa em Araçoiaba da Serra, SP,
Renata Furlanetto e Flávia Cancian

Casa em Santa Teresa, Rio de Janeiro,
Angelo Bucci
O túmulo do samba
Residência em Carapicuíba, SP (2003/07) - Angelo Bucci e Álvaro Puntoni
Por Otavio Leonídio
Ao longo da década de 2000, Angelo Bucci e Álvaro Puntoni projetaram, em parceria ou individualmente, uma dezena de casas. São, todas elas, altamente representativas da produção arquitetônica brasileira contemporânea, por razões diversas.


A principal delas: casas como as projetadas por Bucci e Puntoni foram protagonistas do evento que, a meu juízo, define a arquitetura brasileira atual: a rentrée da produção nacional no cenário internacional. Era mais ou menos previsível, portanto, que, cedo ou tarde, alguém acabasse afirmando - como fez Frédéric Edelmann, crítico do jornal Le Monde - algo como “é das habitações privadas, ricas ou pobres, que renasce hoje, com a mesma chama, o samba feliz da arquitetura brasileira”.


A afirmação de Edelmann pode ser constrangedora, mas não deixa de ser útil. Afinal, nem tudo o que se produziu e, sobretudo, publicou na década de 2000 (em especial, as casas) é equivalente. Nada mais oportuno, portanto, do que um balanço retrospectivo para procurar separar a turma do “samba feliz da arquitetura brasileira” do grupo de arquitetos que vive a braços com a árdua tarefa de produzir arquitetura de qualidade.


Bucci e Puntoni pertencem a este grupo seleto, como comprova a casa em Carapicuíba. Por falta de espaço, restrinjo-me a comentar um único aspecto do projeto: a relação que aqui se estabelece entre lógica estrutural e espacialidade. Como bons arquitetos brasileiros que são, os autores deram, aqui, enorme atenção ao desenho da estrutura. Sua operação, no entanto, não se restringe à glosa de alguns dos principais padrões estruturais da arquitetura moderna brasileira.


Por certo, esses padrões estão presentes no projeto em questão - notadamente, dois deles: a exiguidade do número de pontos de apoio (no caso, dois grandes pilares de seção cilíndrica que põem de pé o volume que encima a composição); e o lançamento de pórticos estruturais destinados a pendurar lajes de cobertura e de piso (no caso, dois pórticos paralelos e de seção retangular que atirantam as lajes de cobertura e de piso dos demais espaços habitáveis).


O essencial da operação não radica todavia aí, senão na exploração dos efeitos plásticos e espaciais da inusitada justaposição desses dois gestos estruturais, os quais são aqui tratados - e isto é o essencial - como duas entidades minimamente autônomas.
Dizer que a espacialidade do projeto coincide com ou decorre da estrutura é, no caso, dizer pouco. Pois ela é a resultante “híbrida” (para usar uma palavra da moda) da justaposição de entidades estruturais não apenas dotadas de morfologias e lógicas próprias, mas também geradoras de espacialidades próprias.


A qualidade formal/espacial do projeto está, pois, menos na justaposição dos elementos construídos que na colisão dos espaços (dos vazios) que cada uma das entidades estruturais mobilizadas individualmente gera. O rendimento dessa poética - ainda incipiente na casa de Carapicuíba - é perceptível em projetos posteriores da dupla, sobretudo em Bucci, que fez dela um dos eixos temáticos de sua pesquisa projetual.


Para onde essa arquitetura aponta? É cedo para dizer. São, ambos, arquitetos ainda jovens, em pleno gozo do sucesso e do reconhecimento público, internacional inclusive; parecem, em todo caso, empenhados em dar o “passo à frente” que lhes era cobrado nas páginas desta mesma PROJETO, lá se vão 20 anos. Caberá a ambos não esquecer que projetar é uma atividade de risco. Na melhor das hipóteses, quero dizer. Na pior, por estas plagas, é um seguir “ecoando o samba feliz da arquitetura brasileira”.


Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 371 Janeiro de 2011

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